quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sustentabilidade... qual o conceito

Sustentabilidade para cima sustentabilidade para baixo. Não quero mais ouvir políticos a falarem disso. Tenham vergonha da "sustentabilidade" que deram a Portugal. Nós cidadãos damos sustento aos seus despesismos e amigos, eles arranjaram sustentabilidade para nós: FMI.
Parabéns

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tempo

A vida são dois dias...

O primeiro gastámo-lo ao nascer e o último ao morrer, significa que passamos a vida a dormir e não damos pelo tempo a passar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dizparates em São Tomé e Príncipe



Este é uma pequena parte do meu trabalho desenvolvido em São Tomé e Príncipe na missão da Casa Fiz do Mundo em Julho de 2010, com um grupo de cerca de 20 crianças.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

São Tomé e Príncipe, Agosto de 2010

11 de Agosto de 2010
Na amizade não há ausência mas sim presença, por maior que seja a distância entre as partes. A saudade mede-se pela maior presença do outro em nós. Quanto maior for a saudade, maior é a presença, maior é a amizade.


 10 de Agosto de 2010
Quanto mais damos mais recebemos. Nunca conseguirei retribuir aquilo que tenho recebido deste povo. Deixo muitos amigos em São Tomé, mas levo-os a todos no coração.


9 de Agosto de 2010
Viver consciente da minha riqueza, sem esvaziar as recordações destes mais pobres. É um propósito muito difícil de seguir...


José Augusto

sábado, 18 de setembro de 2010

São Tomé e Píncipe, 19/07/2010

Uma forte alimentação pela manhã é essencial para que o dia nos corra melhor, por isso começamos sempre com as laudes, o louvor ao nosso criador, rodeados de plantas e ruídos de pássaros exóticos.


Hoje foi um dos dias com emoções muito fortes, o dia de descarregar o contentor. Dentro dele foram colocadas mais de 800 caixas repletas de sonhos, de vontades, de necessidades e de muita responsabilidade. Responsabilidade de fazer chegar a muitos o que outros nos encarregaram de entregar.

O dia começou muito cedo, por volta das 5:30 horas e, sem sabermos nem prevermos, as complicações burocráticas culturais de São Tomé esperavam por nós. Tudo prometia que às 10 horas teríamos todo o material nas mãos das irmãs, mas a falta de corrente eléctrica para “por o computador a trabalhar”, ou o camião que era preciso para a campanha política, ou o atraso de um director para colocar a “quinquagésima” assinatura em apenas 11 dias de papéis, horas e quilómetros feitos em defesa da paradisíaca burocracia de São Tomé, só nos permitiram olhar para o que era nosso por volta das 15 horas.

Mas como que por obra de Deus, conseguimos “roubar” tudo o que nos pertencia antes que nos sacassem a paciência.

Com muito “leve leve”, o primeiro de dois contentores foi descarregado e entregue em segurança às irmãs. Segue-se o trabalho mais difícil: partir para a terra das necessidades, carregados com os sonhos de muitos…

José Augusto

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

São Tomé e Princípe, 29 de Julho de 2010

O dia de Santa Marta, ficou marcado para mim, na ajuda que demos no apoio domiciliário a idosos na zona de Santa Catarina.
Após o canto matinal dos galos, cantamos e rezamos louvores ao Criador e ganhamos algum ânimo para um dia que se previa “difícil de digerir”.
Estou, uma vez mais, a desenvolver um pequeno trabalho na área do teatro na “técnica de Clown” com um grupo de cerca de 20 crianças. A apresentação ao público é já na próxima segunda-feira. Todos parecem estar preparados e muito motivados para fazerem rir os seus familiares e amigos.
Após o almoço, avançamos para o apoio domiciliário a idosos, projecto apoiado pela cooperação portuguesa e coordenado pelas irmãs franciscanas de Neves. Arroz, óleo, açúcar, roupa e sabão, são a lista dos produtos entregues que enchiam uma pequena saca plástica. Não é muito, não é nada, mas ajuda bastante aqueles que já não conseguem subir os coqueiros, nem derrubar as bananeiras.
Invadimos a privacidade da pobreza daqueles que já nada têm a esconder ou a temer, a não ser a própria morte… São instintos de sobrevivência dos que não se sentem amados. E pergunto-me: Estarei pronto para aceitar o meu próprio pranto? Terei alguma vez a capacidade de amar estes nossos irmãos? Conseguirei deixar-me amar por eles, ao ponto de dar toda a minha vida em prol das suas dores e desamparos? As irmãs franciscanas estão a fazê-lo.
As lágrimas de uma idosa acamada num correr de tábuas e na escuridão de um pequeno quarto, pareciam lâminas a perfurar o meu peito. Dizia ela, enquanto recebia das mãos de uma das irmãs um punhado de roupa: “Irmã, obrigado, mas eu já não vou vestir essas roupas”. A sua hora está próxima e a solidão é infinitamente dolorosa.
As crianças nascem sem perspectivas de futuro e os idosos falecem isolados.
Que Deus nos ilumine e, como me dizia alguém numa dessas roças, eu vos digo: - Bom caminho.

José Augusto