A música faz sempre parte das recordações da adolescência de qualquer ser humano, os anos 80 marcaram-me profundamente e ontem, quinta-feira, dia 26 de Junho de 2009, faleceu o Rei Pop, o símbolo musical dos anos 80. As cassetes que eu tinha rompiam-se de tanto rodar. Revolucionou a dança e os vídeos musicais. Foi o primeiro Afro-Americano a passar na MTV.
Foi um lutador pelos direitos humanos, pela erradicação da fome em África. Acusado de pedofilia, que penso que nuca se veio a provar, passou por uma fase muito polémica da sua vida.
O mundo ficou muito mais pobre. Venham mais destes.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Diz-Parates, o fim de um sonho
Em Julho 2000 fundou-se oficialmente a URATE (União Recreativa "Os Amigos da Terra), uma associação juvenil sem fins lucrativos e com o seu principal objectivo colocado na formação cívica dos jovens.
Em Janeiro de de 2001 apareceu o teatro e avançamos com uma peça adaptada do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente intitulada "Auto do Iate do Inferno". Esta, inicialmente trazida para o nosso seio pelo Renato Oliveira de um trabalho realizado na escola onde estudava na altura. Então a Isabel Cristina adaptou toda a peça para sátiras locais e aí nasceu o nosso primeiro trabalho teatral.
Um ano depois, avançou na URATE uma acção de formação na área da técnica de Clown onde nasceu um pequeno trabalho com vegetais a servir de telemóveis. Pegando neste, preparamos um outro para o aniversário do GOTA (Grupo Oliveirense de Teatro Amador) encenado pela Isabel Cristina.
Nesse mesmo ano recebemos o convite do Gabinete da Cultura da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis para participarmos no Festival Concelhio de Teatro. Logo nasceu a ideia de aprofundarmos o pequeno trabalho acima referenciado.
Na altura eu ainda não fazia parte desse trabalho, viria a ser convidado a quando da decisão da participação no festival concelhio. Aceitei de bom grado, até porque no Auto do Iate do Inferno, larguei o palco por uma lesão grave no joelho.
Inicialmente ensaiávamos nas instalações do Centro Social e Cultural de Carregosa, mais tarde passaríamos a ensaiar no salão de cabeleireiros Dona Dilunna, pertença da Isabel Cristina, e no final na escola primária de Carregosa.
Além de mim. o grupo inicialmente começou com Cláudio Cardoso, Filipe Rodrigues, Fernando Pinheiro, Hélio Soares, Isabel Cristina, Jean Ascenso, Luís Almeida e Miguel Silva. Mais tarde e para a luz veio a entrar Firmino Formigal e já numa fase final como actor Carlos Sousa assim como o Pedro, namorado da Isabel, e Jorge Jesus para apoiar na luz na falha do Firmino. O Cláudio, por motivos de estudos, afastou-se ao fim de alguns ensaios.
Todos juntos trabalhos e construímos algo cómico e mágico a que lhe chamamos "Diz-Parates". Uma hora e dez minutos de brincadeiras em palco que faziam sair gargalhadas aos mais introvertidos e lágrimas aos mais extrovertidos.
Em aproximadamente três anos actuamos por cerca de 20 vezes e passamos momentos lindos de amizade, fraternidade e convívio. Conseguimos uma menção honrosa na eliminatória distrital da primeira edição do concurso de teatro amador do INATEL.
Em 2005 começamos a ensaiar o segundo trabalho dos "Diz-parates" a que tudo indicava se iria chamar "Diz-Parate URATE". Mas por motivos pessoais, a Isabel Cristina afastou-se, assim como o Fernando Pinheiro, o Filipe Rodrigues, o Firmino Formigal e o Pedro.
Foi um caos. O grupo desintegrou-se e chegou mesmo a estar parado durante muito tempo sem ensaiar. Fizemos de tudo para que a nossa líder não se fosse embora, chegamos mesmo a propor ir ensaiar a casa dela, o que daria uma deslocação de cerca de 30 km por ensaio, mas nem isso a demoveu de se ir embora. Com muita mágoa eu sei, mas foi.
Com muito esforço, muita discussão, com novos elementos como o Rui Freitas, o Christophe Ascenso, o Alípio Soares e com ideias que não passavam disso mesmo, ideias que não saiam para o palco.
Mas finalmente em Julho de 2007 conseguimos levar a palco um pequeno trabalho dos "DIIzparates" com 15 minutos, que nos deu um grande fôlego para em Novembro do mesmo ano apresentar em Carregosa a uma casa cheia a rebentar pelas costuras, um trabalho de uma hora e meia.
Desde então, foram 40 actuações em dois anos e meio, percorremos Portugal desde Lisboa, Castelo Branco, Guarda, Tomar, Castelo de Paiva, Esmoriz, Santa Maria da Feira, Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, Santa Comba Dão e outras freguesias nas redondezas de Carregosa. Vencemos a eliminatória distrital do concurso nacional de teatro amador do INATEL e arrecadamos um excelente sexto lugar em Lisboa na final com todos os vencedores de todos os distritos. Actuamos por duas vezes com os fundos a reverter para uma missão humanitária em São Tomé e Príncipe, na qual eu também fiz parte. Nessa ida a São Tomé, não resisti e, pegando num grupo de 15 crianças são-tomenses, fiz meia hora de Dizparates com eles. Os Dizparates fizeram por momentos esquecer a fome, a falta de brinquedos, a falta de escola, a falta de amor e deliciaram cerca de 100 pessoas que assistiram ao "Show".
Começamos a preparar o terceiro trabalho e ideias não faltaram até que em 15 de Junho de 2009 a Isabel Cristina "apareceu" e nos encantou com a ideia de que poderia voltar a trabalhar connosco. Ficamos radiantes mas depressa o sonho se tornou pesadelo. Ofereceu-se para vir trabalhar connosco mas com uma peça escrita por ela, não admitindo sequer a hipótese de conhecer o trabalho que já estávamos a desenvolver e ameaçando-nos de plágio de uma ideia de Isabel Cardoso que estava patenteada.
Exigiu o seu nome no cartaz, sendo essa a única forma de não nos acusar de plágio.
Ando sem fome, ando sem palavras, ando triste por ver este sonho mágico chamado Dizparates transformado em algo que nem sei explicar. Algo que nada tem a ver com o objectivo inicial. Esqueceram-se os momentos, esqueceram-se as amizades e fomos chamados ironicamente de "Meus queridos".
Acabou assim o sonho, a amizade.
Os "Dizparates" não têm futuro na URATE porque nada iria ser como antes, fosse de quem fosse a razão.
Seguiremos em frente sem medo e com a esperança que da árvore morta rebentará uma outra com mais força.
Ficam as boas recordações de sete anos de diversão em palco.
Bem haja URATE
PS. As palavras acima escritas são a minha versão dos factos, pelas quais me responsabilizo inteiramente.
José Augusto Santos
Em Janeiro de de 2001 apareceu o teatro e avançamos com uma peça adaptada do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente intitulada "Auto do Iate do Inferno". Esta, inicialmente trazida para o nosso seio pelo Renato Oliveira de um trabalho realizado na escola onde estudava na altura. Então a Isabel Cristina adaptou toda a peça para sátiras locais e aí nasceu o nosso primeiro trabalho teatral.
Um ano depois, avançou na URATE uma acção de formação na área da técnica de Clown onde nasceu um pequeno trabalho com vegetais a servir de telemóveis. Pegando neste, preparamos um outro para o aniversário do GOTA (Grupo Oliveirense de Teatro Amador) encenado pela Isabel Cristina.
Nesse mesmo ano recebemos o convite do Gabinete da Cultura da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis para participarmos no Festival Concelhio de Teatro. Logo nasceu a ideia de aprofundarmos o pequeno trabalho acima referenciado.
Na altura eu ainda não fazia parte desse trabalho, viria a ser convidado a quando da decisão da participação no festival concelhio. Aceitei de bom grado, até porque no Auto do Iate do Inferno, larguei o palco por uma lesão grave no joelho.
Inicialmente ensaiávamos nas instalações do Centro Social e Cultural de Carregosa, mais tarde passaríamos a ensaiar no salão de cabeleireiros Dona Dilunna, pertença da Isabel Cristina, e no final na escola primária de Carregosa.
Além de mim. o grupo inicialmente começou com Cláudio Cardoso, Filipe Rodrigues, Fernando Pinheiro, Hélio Soares, Isabel Cristina, Jean Ascenso, Luís Almeida e Miguel Silva. Mais tarde e para a luz veio a entrar Firmino Formigal e já numa fase final como actor Carlos Sousa assim como o Pedro, namorado da Isabel, e Jorge Jesus para apoiar na luz na falha do Firmino. O Cláudio, por motivos de estudos, afastou-se ao fim de alguns ensaios.
Todos juntos trabalhos e construímos algo cómico e mágico a que lhe chamamos "Diz-Parates". Uma hora e dez minutos de brincadeiras em palco que faziam sair gargalhadas aos mais introvertidos e lágrimas aos mais extrovertidos.
Em aproximadamente três anos actuamos por cerca de 20 vezes e passamos momentos lindos de amizade, fraternidade e convívio. Conseguimos uma menção honrosa na eliminatória distrital da primeira edição do concurso de teatro amador do INATEL.
Em 2005 começamos a ensaiar o segundo trabalho dos "Diz-parates" a que tudo indicava se iria chamar "Diz-Parate URATE". Mas por motivos pessoais, a Isabel Cristina afastou-se, assim como o Fernando Pinheiro, o Filipe Rodrigues, o Firmino Formigal e o Pedro.
Foi um caos. O grupo desintegrou-se e chegou mesmo a estar parado durante muito tempo sem ensaiar. Fizemos de tudo para que a nossa líder não se fosse embora, chegamos mesmo a propor ir ensaiar a casa dela, o que daria uma deslocação de cerca de 30 km por ensaio, mas nem isso a demoveu de se ir embora. Com muita mágoa eu sei, mas foi.
Com muito esforço, muita discussão, com novos elementos como o Rui Freitas, o Christophe Ascenso, o Alípio Soares e com ideias que não passavam disso mesmo, ideias que não saiam para o palco.
Mas finalmente em Julho de 2007 conseguimos levar a palco um pequeno trabalho dos "DIIzparates" com 15 minutos, que nos deu um grande fôlego para em Novembro do mesmo ano apresentar em Carregosa a uma casa cheia a rebentar pelas costuras, um trabalho de uma hora e meia.
Desde então, foram 40 actuações em dois anos e meio, percorremos Portugal desde Lisboa, Castelo Branco, Guarda, Tomar, Castelo de Paiva, Esmoriz, Santa Maria da Feira, Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, Santa Comba Dão e outras freguesias nas redondezas de Carregosa. Vencemos a eliminatória distrital do concurso nacional de teatro amador do INATEL e arrecadamos um excelente sexto lugar em Lisboa na final com todos os vencedores de todos os distritos. Actuamos por duas vezes com os fundos a reverter para uma missão humanitária em São Tomé e Príncipe, na qual eu também fiz parte. Nessa ida a São Tomé, não resisti e, pegando num grupo de 15 crianças são-tomenses, fiz meia hora de Dizparates com eles. Os Dizparates fizeram por momentos esquecer a fome, a falta de brinquedos, a falta de escola, a falta de amor e deliciaram cerca de 100 pessoas que assistiram ao "Show".
Começamos a preparar o terceiro trabalho e ideias não faltaram até que em 15 de Junho de 2009 a Isabel Cristina "apareceu" e nos encantou com a ideia de que poderia voltar a trabalhar connosco. Ficamos radiantes mas depressa o sonho se tornou pesadelo. Ofereceu-se para vir trabalhar connosco mas com uma peça escrita por ela, não admitindo sequer a hipótese de conhecer o trabalho que já estávamos a desenvolver e ameaçando-nos de plágio de uma ideia de Isabel Cardoso que estava patenteada.
Exigiu o seu nome no cartaz, sendo essa a única forma de não nos acusar de plágio.
Ando sem fome, ando sem palavras, ando triste por ver este sonho mágico chamado Dizparates transformado em algo que nem sei explicar. Algo que nada tem a ver com o objectivo inicial. Esqueceram-se os momentos, esqueceram-se as amizades e fomos chamados ironicamente de "Meus queridos".
Acabou assim o sonho, a amizade.
Os "Dizparates" não têm futuro na URATE porque nada iria ser como antes, fosse de quem fosse a razão.
Seguiremos em frente sem medo e com a esperança que da árvore morta rebentará uma outra com mais força.
Ficam as boas recordações de sete anos de diversão em palco.
Bem haja URATE
PS. As palavras acima escritas são a minha versão dos factos, pelas quais me responsabilizo inteiramente.
José Augusto Santos
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